
Análise resumida do primeiro capítulo - Indutivismo
A explicação
indutivista ingênua da ciência, que delinearei nas seções seguintes, pode ser
vista como uma tentativa de formalizar essa imagem popular da ciência. Chamei-a
de indutivista porque ela é baseada no raciocínio indutivo, que será explicado
em seguida. Em capítulos posteriores, argumentarei que essa visão da ciência –
juntamente com a explicação popular que se assemelha – é completamente
equivocada e mesmo perigosamente enganadora. Espero, então, que aí já esteja
aparente por que o objetivo “ingênuo” é apropriado para a descrição de muitos
indutivistas (CHALMERS, 1993, p. 24).
O livro O QUE É CIÊNCIA
AFINAL apresenta a filosofia da ciência com uma introdução simples, clara e
elementar as opiniões modernas sobre a natureza da ciência.
Os primeiros capítulos discutem
os métodos que a ciência usa para elaborar suas teorias e comprová-las. Questiona-se
a credibilidade dos métodos científicos, induzindo o leitor a acreditar que as
experiências científicas, os métodos de indução e dedução usados pela ciência
são insuficientes para provar ou desaprovar teorias científicas, insinuando,
ainda, que os métodos científicos são crenças.
Nesse contexto há uma
analogia da ciência com as religiões, comparando o poder da ciência no mundo
moderno com o poder do cristianismo na Europa em eras antigas.
No Cap. I - Indutivismo:
Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência, observa-se que, no
geral, a ciência é considerada verdade porque o conhecimento pode ser provado
empiricamente pelo método indutivo, é a concepção de senso comum da ciência.
O raciocínio indutivo tem
como seu antagonista o indutivismo ingênuo. Para autor, o indutivista ingênuo
se baseia na observação, enquanto os dados é que são os fundamentos da ciência.
Estes podem ser gerados a partir de proposições singulares e universais.
As singulares se referem a
um acontecimento específico; e as universais mostram um comportamento sem
distinção, que pode ser observado em condições variadas, por isso é nessa ideia
que a ciência se baseia.
Contrariando a indução, o
autor apresenta o raciocínio dedutivo para explicar a lógica, a qual é
organizada em premissas e conclusões. A verdade das premissas é verificada por
um recurso investigativo firmado em leis e teorias.
Porém, pode-se constatar que
a objetividade da ciência indutivista, surge de observações e do raciocínio
indutivo, e a partir disso se originam leis e teorias que podem explicar novos
fatos, apoiando-se no raciocínio dedutivo. Essa ideia é criticada
posteriormente por David Hume, pois ele não aceita a lógica de que afirmações
particulares originem um conceito geral.
Veem-se diversos
questionamentos sobre a ciência, de forma deliberada a seu modo construtivo de
conhecimento. Nesse ponto em foco o autor questiona o pensamento indutivista.
Esse questionamento se embasa a partir de que se baseia em experiências
próprias e particulares de cada sujeito, impondo-se cada um com seu ponto de
vista em questão.
De acordo com o indutivista
ingênuo, o corpo do conhecimento científico é construído pela indução a partir
da base segura fornecida pela observação. Conforme cresce o número de dados
estabelecidos pela observação e pelo experimento, e conforme os fatos se tornam
mais refinados e esotéricos devido a aperfeiçoamentos em nossas capacidades de
observação e experimentação, cada vez mais leis e teorias de maior generalidade
e escopo são construídas por raciocínio indutivo cuidadoso. O crescimento da
ciência é contínuo, para frente e para o alto, conforme o fundo de dados de
observação aumenta.
A ciência se expõe de
diversas formas que acabam se contrapondo, e como se identificou esta em
contínuo crescimento, tornando-se uma sistematização de visões que presam pela
busca constante do descobrir, do inovar dos fatos no decorrer de estudos que
sintetizem os diversos pontos de vista a ela estipulados, que fazem com que o
campo científico torne-se sempre mais interessante e de estimulante
decodificação junto às leis e teorias universais para seus estudiosos e
seguidores.
REFERENCIA
CHALMERS, Alan F. O que é Ciência Afinal?.Tradução: Raul Filker. Editora Brasiliense,
1993.